"Não acumuleis para vós tesouros na Terra, onde a ferrugem e as traças os consomem, e onde os ladões os desenterram e roubam. Fazei vossos tesouros no céu, onde nem a ferrugem, nem a traça os consomem, e nem os ladrões os desenterram e roubam. Porque onde está o vosso tesouro, aí está também o vosso coração.(....)"(Mateus, VI:19 a 21 e 25 a 34)
Essas palavras, levadas ao pé da letra, seriam a negação de toda a previdência, de todo trabalho e, por consequência, de todo progresso. Com um tal princípio, o homem se reduziria a uma passividade expectante; suas forças físicas e intelectuais ficariam sem atividade. Se essa fosse sua condição normal sobre a Terra, ele não teria jamais saído do estado primitivo, e se fizesse agora desse princípio a sua lei, viveria sem fazer nada. Tal não pode ser o pensamento de Jesus, porque estaria em contradição com o que disse anteriormente, e com as próprias leis da Natureza. Deus criou o homem sem vestimenta e sem abrigo, mas deu-lhe a inteligência para fabricá-los (...)
Portanto, nessas palavras, só se pode ver uma poética alegoria da Providência, que jamais abandona aqueles que colocam a sua confiança nela, mas que também deseja que, por seu lado, eles trabalhem. Se Deus nem sempre os ajuda com um socorro material, ele inspira as ideias com as quais poderão sair as dificuldades por si mesmos. (...)
Deus conhece as nossas necessidades, e as atende conforme for preciso; mas o homem, insaciável nos desejos, nem sempre se contenta com o que tem; o necessário não lhe é suficiente, ele também quer o supérfluo. A Providência, então, deixa-o entregue a si mesmo. Frequentemente, o homem se torna infeliz por sua própria culpa, e Deus o deixa-o entregue a si mesmo. Frequentemente, o homem se torna infeliz por sua própria culpa, e por haver ignorado as advertência, e Deus o deixa sofrer as consequências, para que isso lhe sirva de lição no futuro. (...)
Allan kardec
Do Livro: O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap XXV, itens 6 e 7 . CELD
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