Muitas almas enobrecidas, após receberem a exortação desta passagem, sofrem intimamente por esbarrarem com a dureza do adversário de ontem, inacessível a qualquer conciliação.
A advertência do Mestre, no entanto, é fundamentalmente consoladora para a consciência individual.
Assevera a palavra do Senhor - "Concilia-te", o que equivale a dizer "faze de tua parte."
Corrige quanto for possível, relativamente aos erros do passado, movimenta-te no sentido de revelar a boa-vontade perseverante, Insiste na bondade e na compreensão.
Se o adversário é ignorante, medita na época em que também desconhecias as obrigações primordiais e observa se não agiste com piores características, se é perverso, categoriza-o à conta de doente e dementado em vias de cura.
Faze o bem que puderes, enquanto palmilhas os mesmos caminhos, porque se for o inimigo tão implacável que te busque entregar ao juiz, de qualquer modo, terás então igualmente provas e testemunhos a apresentar. Um julgamento legítimo inclui todas as peças e somente os espíritos francamente impenetráveis ao bem sofrerão o rigor da extrema justiça.
Trabalha, pois, enquanto seja possível no capítulo da harmonização, mas se o adversário te desdenha os bons desejos, concilia-te com a própria consciência e espera confiante.
Emmanuel
Do Livro: Pão Nosso - FEB
Psicografia: Francisco C.Xavier
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