"Não vim trazer a paz, mas a espada" - disse-nos o Senhor.
E muitos aprendizes prevalecem- se da feição literal de sua palavra, para entender a sombra e a pertubação.
Valendo-se lhe do conceito, companheiros, inúmeros consagram-se ao azedume no lar, conturbando os próprios familiares em razão de lhes imporem modos de crer e pontos de vista, vergastando-lhes o entendimento, ao invés de ajudá-los na plantação da fé viva quando não se desmandam em discussões e conflitos., polemizando sem proveito ou acusando indebitamente a todos aqueles que lhes não comunguem a cartilha de violência e de crueldade (...)
Com Jesus, no entanto, a espada é diferente.
Voltada para o seio da terra, representa a cruz em que Ele mesmo prestou o testemunho supremo do sacrifício e da morte pelo bem de todos.
É por isso que seu exemplo não justifica os instintos desenfreados de quantos pretendem ferir ou guerrear em seu nome.
A disciplina e a humildade, o amor e a renúncia marcam-lhe as atitudes em todos os passos da senda. (....)
Assim, se recebeste a espada simbólica que o Mestre nos trouxe à vida, lembra-te de que a batalha instituída pela lição do Senhor permanece viva e rija dentro de nós, a fim de que, ensarilhando sobre o pretérito a espada de nossa antiga insensatez, venhamos a convertê-la na cruz redentora, em que nosso próprio "eu", em forma de orgulho e intemperança, egoísmo e animalidade, consumindo-se ao preço de nossa própria consagração à felicidade dos outros, única estrada suscetível de conduzir-nos ao império definitivo da Grande Luz.
Emmanuel
Do livro: Ceifa de Luz FEB
Psicografia: Francisco C. Xavier
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