domingo, 3 de fevereiro de 2013

IRMÃOS NECESSITADOS

É preciso compreender- mas compreender substancialmente - que nem todo mendigo é aquele que te requisita socorro material. Muito mais que os irmãos em penúria do corpo, solicitam-te amparo aqueles outros companheiros em aflição ou desvaliamento, na vida íntima, a te pedirem apoio e consolação.
Muita vez, alcançam-te a esfera pessoal expectantes ou irritadiços, ansiosos ou arrogantes, qual se de coisa alguma necessitassem.
Entretanto, é preciso estender-lhe o verbo amigo para que se habilitem a paz e ao refazimento.
Acolhe-os, pois, no clima da própria alma e dá-lhes do que puderes em fraternidade e ternura para que se restaurem.
Justo entender que, de maneira geral, quantos nos rogam orientação e conselho, no imo de si mesmos já sabem à saciedade, o que lhes compete fazer.
Se cansados, não desconhecem que a fadiga não se lhes extinguirá num toque de mágica; se enfermos, estão cientes de que precisarão de remédios; se desiludidos, conhecem as farpas essas que é imperioso retirar e esquecer; se carregam remorso, não ignoram que a dor da culpa não lhes desaparecerá da consciência lesada, assim como por encanto.
O que semelhantes irmãos necessitados esperam de nós, quase sempre, é um tanto mais de força, a fim de que possam seguir adiante.
Compadece-te de quantas te procuram, mergulhados em dúvida ou desespero.
Eles não aguardam de nós um milagre, cuja existência não admitem. Procuram simplesmente a caridade de uma palavra compreensiva ou um gesto de paz que lhes propiciem renovação e bom ânimo.
Em suma, aspiram tão somente a saber que não se encontram sozinhos e que Deus, por intermédio de alguém, não lhes terá esquecido as necessidades do coração.


Emmanuel

Do Livro: Rumo Certo - FEB.
Psicografia: Francisco C. Xavier.
Imagens: Google imagens

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