terça-feira, 2 de novembro de 2010

EM FAVOR DOS DESENCARNADOS


Não te encerres no passado, com a suposição de honrar a vida. Cada tempo da criatura na Terra se caracteriza por determinada grandeza, que não será lícito falsear. A infância tem a suavidade da semente que germina; a juventude guarda o encanto da flor que desabrocha e a madureza apresenta a glória tranquila da árvore frutescente.
Não julgues que ames a alguém sem que lhe comprendas as necessidades de cada período da existência. A isso nos reportamos a fim de que ajudes positivamente aos seres queridos que te precederam na grande romagem da desencarnação. Sem dúvida, agradecem eles o carinho que lhes conservas o retrato da forma física ultrapassada; contudo, ser-te-ão muito mais reconhecido sempre que lhes reconstituas a presença através de algum ato de bondade a favor de alguém, cuja memória agradecida lhes recorde o semblante em momentos de alegria e de amor, que nem sempre no mundo puderam cultivar. decerto, sensibilizam-se ante a flor que lhes ofertas às cinzas, mas se regozijam muito mais com o socorro que faças a quem sofre, doado em nome deles, pelo qual se sentem mais atuantes e mais vivos, junto daqueles que ficaram...
Quando mentalizes o supostos desaparecidos na voragem da morte, pensa neles no ponto de vista da imortalidade e do progresso. Um coração materno tem o direito de guardar por relíquias as roupas enfeitadas e curtas dos filhinhos que o acalentou no berço, mas seria loucura impor-lhes a obrigação de usá-las, depois de homens feitos, sob o pretexto de que somente assim lhe retribuirão devotamento e ternura.
Reverencia aqueles que partiram na direção da vida maior, mas converte saudade e pesar em esperança e serviço ao próximo, trabalhando com eles e por eles, em termos de confiança e reconforto, bondade e união, porquanto eles todos acima de tudo, são companheiros renovados e ativos, aos quais fatalmente, um dia, te reunirás.

Emmnuel

Do livro: Encontros Marcados. FEB
Psicografia: Francisco C. Xavier

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